sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Co-dependência e seus Papéis


A  Co-dependentes e seus papéis

     Quando falamos em co-dependência, estamos falando das pessoas que tem uma proximidade maior com os dependentes químicos, sejam familiares ou amigos, e que correm um sério risco de também se tornarem adoecidos com o processo ativo da doença, mesmo sem fazerem uso de substâncias químicas que alterem o seu humor. São os chamados co-dependentes.
     Essas pessoas acabam por desempenhar alguns papéis, que às vezes, sem terem conhecimento, e na tentativa de ajudar, acabam por reforçar o uso da droga pelo dependente, como também justificar para si mesmos a própria imutabilidade diante da situação e da própria estrutura familiar doentia.
     Para cada papel assumido por seus membros, existe uma expressão ou sentimentos manifestos ou aparentes, sentimentos internos , ou ainda, algum mecanismo de compensação.
     O principal papel assumido, desempenhado e mais evidente é o do próprio dependente químico. Com o sentimento manifesto quase sempre de raiva, traz consigo a vergonha e a culpa. Muitas vezes passa a ser o bode expiatório, manifestando externamente revolta, mas carregando internamente vários ressentimentos, ou seja, sentimentos não resolvidos.
      Existe também o papel do facilitador. Normalmente, mas, não necessariamente, assumido pela mãe, pai, filhos ou cônjuge do dependente, ou então por algum outro membro da família. Sem perceberem ou se darem conta da situação, agem como facilitadores e reforçadores da dependência, na medida em que ajudam o próprio dependente a “resolver” todas as desordens e consequências que a doença acarreta. Às vezes, depois de passar noites fora de casa se drogando compulsivamente, recebe do facilitador ao chegar, uma superalimentação para compensar os dias em que não se cuidou e até mesmo um tratamento adequado para a ressaca.
         Tem o papel do herói que é aquele que manifesta competência durante todo o tempo do processo ativo da doença, mas internamente sente-se culpado por não conseguir também resolver o problema da dependência.
        Podemos falar também do mascote que é aquele que sente muito medo da família se dissolver. Por isso, torna-se o centro das atenções, como forma de compensar sua frustração. Geralmente, esse papel é adotado por uma criança, um filho ou um irmão menor. Mas também a criança pode adotar um outro papel que é o da criança perdida, onde manifesta insegurança, comportamento tímido, internamente esconde um sentimento de solidão. Não somente crianças, mas adolescentes também podem desenvolver esses papéis.
       Esses papéis não são obrigatoriamente vividos por todos os membros de uma família onde se tem um dependente químico. Alguns podem até assumir vários desses papéis, aqui fica apenas uma explanação de algumas características que envolvem a co-dependência.

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