sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Família x Internação

A Família e a Internação


   Um grande dilema assola a questão da internação. Muitas famílias se sentem apavoradas somente em ouvir a palavra Internação.
   O que acontece com um pai ou uma mãe, que não consegue nem pensar na possibilidade de internar seu filho que está num uso compulsivo da droga?
   Medo de não ter o amor correspondido do filho, sentimento de culpa, insegurança, sentir-se fracassado perante a situação, acreditando que não conseguiu ajudar o filho sozinho.
   Escrevo novamente sobre o assunto, por conversar com muitas pessoas que, ao invés de estarem ajudando, estão contribuindo para o "fundo do poço" de um ente querido.
   Quando um familiar de um adicto é questionado sobre uma possível internação, o mesmo reage dizendo: -"não quero fazer nada contra a vontade dele"; ou então, - " ele tem que querer um tratamento", ainda, - "se ele quiser, faremos isso prontamente".
   E aí eu pergunto: - "Será que ele (o adicto) quer estar numa biqueira usando droga? ou ele está lá por conta da dependência que se estabeleceu e não lhe resta outra alternativa que seja usar cada vez mais.
   Na maioria das vezes o dependente químico não consegue sozinho decidir sobre uma possível internação, e ele está nesta situação por tentar fazer tudo do seu jeito, não consegue perceber que da maneira que sempre fez não está dando certo, e que é necessário a intervenção de alguém para que se rompa esse ciclo.
   Acreditem, o sentimento de gratidão será muito maior pela ajuda oferecida, mesmo que não seja a ajuda que o dependente quer, mas é o que ele precisa naquele momento. A desintoxicação é necessária, para ele perceber seu processo auto destrutivo.
   A família que sente medo ou insegurança de tomar um passo tão importante neste sentido, não tem consciência de que está contribuindo para que seu ente querido se afunde cada vez mais.
 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Papel da Família

 

A importância da família no tratamento

   
     
        A família tem um papel fundamental no tratamento da dependência química, especialmente no momento da internação. Apesar de não ser fácil, pois vários sentimentos estão envolvidos nesta situação, tais como culpa, preconceito e impotência.
        Os familiares são essenciais no processo de tratamento do adicto, e é natural que surjam dúvidas e insegurança em qualquer um dos membros.
       Dessa forma, é necessário que aprendam a lidar com as situações estressantes, evitando críticas ou se tornando super protetores, fatores esses que contribuem para uma recaída. A família deve ter o equilíbrio, procurando não exigir mais do que o indivíduo pode realizar no momento, e ao mesmo tempo, não abandoná-lo, e sim permitir que haja participação na vida familiar.
       Em todo o processo terapêutico é importante a presença da família, desde o início, quando o dependente nem sempre tem clareza da sua doença, até o término do tratamento, quando a família necessita de muita orientação para apoiar, ter menos apreensão e assim oferecer cuidados com melhor qualidade.
       Esta relação familiar é a base para uma estrutura emocional do dependente químico, que se sente valorizado e mais confiante em sua recuperação.

 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Internação voluntária x involuntária

    Quando falamos sobre a internação de um dependente químico passa pela nossa cabeça que essa pessoa precisa querer ajuda para poder ser internada. Na maior parte das vezes não é assim que funciona.
    A internação voluntária é aquela em que o dependente deseja se tratar, muitas vezes até por uma pressão externa, seja familiar, social, mas ele naquele momento tem consciência que precisa de ajuda e pede essa ajuda para os que estão mais próximos e assim, busca uma internação.
    Já a internação involuntária ou compulsória é aquela em que o dependente não aceita ajuda profissional, e não consegue perceber o mal que a droga está fazendo em sua vida, e na vida das pessoas que estão a sua volta, a pessoa já perdeu a noção de seus atos, não possui a consciência de que precisa de tratamento,então numa atitude a família utiliza meios legais como parte de uma lei de saúde mental para internar contra a vontade ou sob protestos, dessa forma, ocorre a internação involuntária, sem que essa pessoa queira, porque o  dependente químico em nível grave não consegue manter relações familiares e profissionais estáveis e recusa qualquer tentativa de ajuda.
    O adicto nem sempre tem consciência da sua necessidade de mudança, muitas vezes ele quer ajuda, mas do jeito dele, e não da maneira como precisa. O dependente químico é internado para desintoxicação e afastamento da situação de risco.
    Cabe aos familiares decidirem qual o melhor caminho a ser percorrido para ajudar a pessoa que está precisando, seja oferecendo ajuda profissional de uma maneira onde haja aceitação do dependente, ou oferecer a ajuda necessária no momento, mesmo que não ocorra aceitação por parte do adicto.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Co-dependência e seus Papéis


A  Co-dependentes e seus papéis

     Quando falamos em co-dependência, estamos falando das pessoas que tem uma proximidade maior com os dependentes químicos, sejam familiares ou amigos, e que correm um sério risco de também se tornarem adoecidos com o processo ativo da doença, mesmo sem fazerem uso de substâncias químicas que alterem o seu humor. São os chamados co-dependentes.
     Essas pessoas acabam por desempenhar alguns papéis, que às vezes, sem terem conhecimento, e na tentativa de ajudar, acabam por reforçar o uso da droga pelo dependente, como também justificar para si mesmos a própria imutabilidade diante da situação e da própria estrutura familiar doentia.
     Para cada papel assumido por seus membros, existe uma expressão ou sentimentos manifestos ou aparentes, sentimentos internos , ou ainda, algum mecanismo de compensação.
     O principal papel assumido, desempenhado e mais evidente é o do próprio dependente químico. Com o sentimento manifesto quase sempre de raiva, traz consigo a vergonha e a culpa. Muitas vezes passa a ser o bode expiatório, manifestando externamente revolta, mas carregando internamente vários ressentimentos, ou seja, sentimentos não resolvidos.
      Existe também o papel do facilitador. Normalmente, mas, não necessariamente, assumido pela mãe, pai, filhos ou cônjuge do dependente, ou então por algum outro membro da família. Sem perceberem ou se darem conta da situação, agem como facilitadores e reforçadores da dependência, na medida em que ajudam o próprio dependente a “resolver” todas as desordens e consequências que a doença acarreta. Às vezes, depois de passar noites fora de casa se drogando compulsivamente, recebe do facilitador ao chegar, uma superalimentação para compensar os dias em que não se cuidou e até mesmo um tratamento adequado para a ressaca.
         Tem o papel do herói que é aquele que manifesta competência durante todo o tempo do processo ativo da doença, mas internamente sente-se culpado por não conseguir também resolver o problema da dependência.
        Podemos falar também do mascote que é aquele que sente muito medo da família se dissolver. Por isso, torna-se o centro das atenções, como forma de compensar sua frustração. Geralmente, esse papel é adotado por uma criança, um filho ou um irmão menor. Mas também a criança pode adotar um outro papel que é o da criança perdida, onde manifesta insegurança, comportamento tímido, internamente esconde um sentimento de solidão. Não somente crianças, mas adolescentes também podem desenvolver esses papéis.
       Esses papéis não são obrigatoriamente vividos por todos os membros de uma família onde se tem um dependente químico. Alguns podem até assumir vários desses papéis, aqui fica apenas uma explanação de algumas características que envolvem a co-dependência.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Cocaína e Crack

     Algumas verdades para serem esclarecidas sobre a cocaína e o crack.
    A diferença da cocaína em relação ao crack nada mais é do que a cocaína em pó, adicionada de água e bicarbonato de sódio. Essa mistura é aquecida até a água evaporar, e o produto final consiste de pedras de cocaína. O nome “crack” vem de uma palavra inglesa que descreve o som produzido durante o processo de aquecimento da droga na hora de fumar.
    O crack surgiu nos EUA no final da década de 80 como uma forma de cocaína que pode ser fumada. É impossível fumar a cocaína em pó, pois ela desmancha e não vira fumaça.
    Altas doses de cocaína ou crack podem produzir alguns tipos de movimentos repetitivos (por exemplo, coçar o nariz compulsivamente, olhar de lado etc.), irritabilidade intensa, violência, inquietação, medo excessivo, que pode transformar-se na sensação de estar sendo perseguido (essa sensação pode ser tão intensa a ponto de ser confundida com uma doença psiquiátrica muito grave chamada esquizofrenia), e aumento da temperatura do corpo com febres de mais de 39ºC. Podem ocorrer ainda convulsões semelhantes à epilepsia, e as arritmias cardíacas (sensação de que o coração está batendo irregularmente) são bastante comuns, sendo uma das causas mais frequentes de desconforto após o uso da cocaína.
    Quando os efeitos de intensa excitação ocorrem, eles podem ser seguidos de depressão. O efeito rebote pode ocorrer mesmo com doses baixas de cocaína.   
    Afora os efeitos já assinalados, podem ocorrer mudanças na personalidade dos usuários, em especial nos que consomem a droga diariamente. Sentem-se pressionados a consumir a droga e não se importam com o que deveriam estar fazendo; passam a ficar com segredos, a faltar a compromissos e a mentir; começar a gastar dinheiro muito mais do que antes e podem passar a vender objetos pessoais ou da família para conseguir comprar a droga. Subsequentemente podem passar a roubar e a assaltar para o mesmo fim.
    É notável que a diminuição do cuidado consigo mesmo e a perda dos valores morais e sociais ocorrem muito mais rápido com os consumidores de crack, possivelmente devido à capacidade de esta droga provocar dependência mais rapidamente.
   O usuário da cocaína sente que está no topo do mundo e que pode tudo, entretanto a sua concentração e atenção diminuem. Se alguém, sob o efeito da cocaína, tentar ler um livro ou precisar tomar decisões complexas, não conseguirá, pois a sua capacidade de organizar as informações, memorizar e decidir estará comprometida. Além disso, logo depois de o efeito da droga passar ele sentirá mais ansiedade, cansaço e depressão do que antes do seu uso.
   Em relação ao prazer sexual, há o mito de que a cocaína, por ser uma droga estimulante, aumenta o prazer sexual. Na verdade, nossa experiência comprova que a maior parte dos usuários deixam de lado o sexo e se dedicam quase que exclusivamente à busca do prazer momentâneo produzido pela droga. Muitos pacientes em tratamento relatam que não mantêm relações sexuais há muito tempo.
   No caso do crack, em particular, a diminuição do convívio social leva a uma consequente diminuição do interesse sexual.
   A cocaína e o crack produzem uma alteração geral no sistema nervoso, mas também provocam alguns problemas mais específicos, como dor de cabeça, tremores, tonturas, desmaios, visão embaçada, tinido no ouvido. Dois problemas merecem destaque especial: os derrames (Acidentes Vasculares Cerebrais ou AVC) e as convulsões.
   As convulsões, ataques semelhantes aos que ocorrem nos epilépticos, são observadas principalmente entre os usuários de crack.
   Uma das características mais marcantes da cocaína é sua capacidade de diminuir sensivelmente o apetite e causar perda de peso no usuário. Se inicialmente a perda de peso é até bem-vinda, progressivamente se transforma num grande problema, pois a pessoa pode ficar dias e dias sem comer, o que a levará a quadros de desnutrição, anemia e outros distúrbios metabólicos. Sem contar que a perda de peso é sempre acompanhada de carência de vitaminas, principalmente vitamina B6.
   A morte por problemas cardíacos é uma das principais causas de overdose, mais comum até que as causas neurológicas.
   Além das causas fatais, o coração do usuário de cocaína trabalha mais do que o normal e a diminuição do oxigênio pode levar a um quadro chamado de cardiomiopatia. A cocaína também tem sido relacionada com uma intoxicação específica do músculo cardíaco que diminuiria a função da parte esquerda do miocárdio. A miocardite aguda é especialmente observada em usuários de crack. Paradas respiratórias podem ocorrer como consequência da overdose de cocaína, independentemente da via usada.
   Os efeitos indesejáveis do uso da cocaína e do crack não ocorrem somente com grande doses ou quando a droga é usada por via endovenosa; mesmo doses pequenas usadas por via nasal podem provocar as consequências já descritas. Além disso, usuários que consomem cocaína há algum tempo não estão protegidos dessas complicações. Isso porque a tolerância à droga varia muito de pessoa para pessoa; até a sensibilidade de um indivíduo pode mudar ao longo do tempo, e uma dose considerada “segura” pode tornar-se letal após alguns meses.
      Portanto podemos afirmar que não existe dose segura para os usuários de cocaína, o seu uso sempre implicará um risco substancial para o saúde.
   As pessoas estão acostumadas a ouvir que o dia seguinte a um de uso intenso de álcool constitui-se de uma série de sintomas físicos, conhecidos como ressaca. No entanto, às vezes se surpreendem quando são alertadas sobre o dia seguinte ao uso de cocaína.
    Após passar o efeito da droga, o cérebro não volta ao seu normal imediatamente. O dia seguinte ao uso da cocaína constitui-se de depressão, desânimo, irritabilidade, insatisfação, baixo poder de concentração, fome etc. E quanto mais cocaína for usada, maior será a “ressaca” no dia seguinte. À medida que as “ressacas” ficam cada vez mais frequentes, a pessoa tende a usar cocaína sem intervalos, procurando aliviar esses sintomas negativos. É a partir daí que as chances de dependência ficam cada vez maiores.

Alcoolismo

   Quando falamos de alcoolismo, estamos como que, falando de algo que ainda não é tão aceito como uma doença por inúmeras pessoas, e que a aceitação para um tratamento ou internação é muito mais difícil, se comparado às drogas, pois o álcool é uma droga lícita e socialmente aceita.
   O alcoolismo, na verdade, é caracterizado como vários problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool.
    As características do alcoólatra são parecidas com a de qualquer dependente químico, pois ele é um dependente, passa por abstinência, faz uso abusivo chegando a intoxicação, que é a embriaguez, além de outros distúrbios relacionados como, amnésia, demência, alucinações, delírios, delirium tremens, transtornos do humor, distúrbios de ansiedade, sexuais e do sono.
     Outros problemas orgânicos também podem surgir como hepatite e cirrose.
    O alcoolismo ocasiona um desajuste em outros âmbitos, leva o indivíduo a ter problemas familiares, como brigas e separações , e problemas financeiros, ocorrendo a perda do emprego por inúmeros fatores relacionados diretamente com o consumo excessivo do álcool.
   O alcoólatra necessita de ajuda e na maioria das vezes de internação, somente assim vai conseguir entender sua doença e se manter abstêmio. 
 
 

 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Oração da Serenidade

"Deus, conceda-me
Serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar,
Coragem para modificar aquelas que eu posso, e
Sabedoria para distinguir uma da outra."

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Quando internar ?

Internação, quando e por quê?
 
 
      A internação é um grande drama e até mesmo um alívio para a família de um dependente químico. Mas, e para o dependente químico?
         Sabemos que nenhum adicto quer ficar "confinado", e quase todos, mesmo que estejam no fundo do poço, ainda assim, acreditam que param quando quiser, ou que estão tendo o controle sobre o uso.
         Mas não é bem assim, por experiência digo que a internação se faz necessária, em quase todos os casos, não vou dizer 100% porque não podemos generalizar, mas sem ajuda, é muito difícil se recuperar.
         O tratamento especializado é a melhor solução para a abstinência, pois não somente o adicto estará recebendo apoio, mas também sua família, que adoece tanto quanto, e necessita de ajuda.
         Nem sempre é fácil o adicto aceitar o  tratamento de uma maneira voluntária, na maior parte da vezes, é necessário a internação involuntária.
         E aí é que entra o desespero da família, em não querer fazer algo que seja forçado, mas que podem acreditar, é o melhor que estão fazendo para seu familiar, pois na adicção crônica, a pessoa não tem noção do certo e errado, e nem consegue pedir ajuda, por isso é importante a família buscar todas as informações necessárias para dar esse grande passo.
         A internação é um ato de amor, amor pelo seu familiar, amor pela família, por todos os envolvidos diretamente com o adicto, pois, sendo a adicção uma doença, necessita ser tratada, com respeito.
          Se você ainda tem dúvidas, busque informações, mas não espere para que não seja tarde demais, pois com a dependência química não se brinca, não espere para visitar seu familiar na cadeia ou num cemitério, faça o melhor, procure ajuda.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Doze Passos

Os 12 Passos dos Narcóticos Anônimos para a recuperação
 
 
1º Passo
Admitimos que éramos impotentes perante a dependência química e que tínhamos perdido o controle sobre nossas vidas.
 
2º Passo
Viemos a acreditar que um Poder Maior do que nós poderia nos devolver a sanidade.
 
3º Passo
Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nós O Compreendemos.
 
4º Passo
Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
 
5º Passo
Admitimos a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.
 
6º Passo
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
 
7º Passo
Humildemente pedimos a Ele que removesse nossos defeitos.
 
8º Passo
Fizemos uma lista de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e dispusemo-nos a fazer reparações a todas elas.
 
9º Passo
Fizemos reparações diretas a tais pessoas, sempre que possível, exceto quando fazê-lo pudesse prejudica-las ou a outros.
 
10º Passo
Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitimos prontamente.
 
11º Passo
Procuramos através da oração e meditação, melhorarmos o nosso contato consciente com Deus, da maneira como nós O Compreendemos, rogando apenas o conhecimento da Sua Vontade em relação a nós e o poder de realizar esta vontade.
 
12º Passo
Tendo tido um despertar espiritual, por meio destes passos, procuramos levar esta mensagem à outras pessoas e praticarmos estes princípios em todas as nossas atividades.